Tributo
ao Companheiro Manoel Bahia:
Manoel Ramos de Souza,
o Bahia, 27 anos: coordenador da Ocupação
Vitória em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG, dia 31/03/2015, às
15:00h, foi covardemente assassinado. Bahia, pessoa super humana, um herói, um
guerreiro, um mártir da luta por moradia própria, digna e adequada. COMPANHEIRO
BAHIA, SEMPRE PRESENTE, EM NÓS, NA LUTA! Bahia não morreu, se multiplicou.
Bahia não foi sepultado, mas semeado na terra da Ocupação Vitória e na terra
baiana de Paulo Afonso ao lado do Velho Chico.
Mais informes, Notas,
textos e vídeos com/sobre o Bahia no face da Ocupação Vitória, em www.ocupacaovitoria.blogspot.com.br , www.freigilvander.blogspot.com.br
Tributo
n. 1: O RIO SÃO FRANCISCO, EM PAULO AFONSO, NA BAHIA, ABRAÇA O COMPANHEIRO
BAHIA!
Por
Maria do Rosário de Oliveira Carneiro.
Companheiro Bahia
volta para a Bahia. Volta para os braços do Rio São Francisco que banha a
cidade de Paulo Afonso, sua terra natal.
Com a alegria que é
própria do encontro de conterrâneos, conheci o Bahia na Ocupação-comunidade
Vitória, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG. Bahia me contou que era de Paulo
Afonso e conversamos sobre muitas coisas da Bahia. Falamos do Rio São Francisco
que banha sua cidade, da saudade...
Fomos convivendo e
descobri que naquele jovem, que hoje, dia 03 de abril de 2015, completa 27 anos
de vida, digo vida porque ele vive, existe uma linda pessoa humana. Solidário,
íntegro, ético, companheiro e defensor do povo pobre trabalhador, com uma
profunda consciência de classe trabalhadora. Participou de várias lutas, não
somente das lutas da Comunidade Vitória, mas das demais ocupações da Izidora,
de Belo Horizonte e região metropolitana.
Na véspera de sua
morte covarde, nos encontramos em uma reunião à noite na Ocupação Esperança,
uma das três Ocupações da Izidora, reunião esta, preparatória para o encontro
com o governo de Minas Gerais, no dia seguinte, para as tratativas da Mesa de Negociação
sobre as ocupações. Ele estava silencioso, mas ao final pediu a palavra e fez
uma grande defesa do povo que espera por uma decisão justa do governo: disse
perceber que as famílias da Izidora estão cansadas de promessas, decepcionadas
com a proposta apresentada até agora na Mesa de Negociação, pois representa uma
forma de despejo. Conclamou às demais lideranças a seguirem lutando. "Nossa fé tem que estar na nossa luta",
disse. "Tenho medo que eles estejam
nos enganando, o povo está sofrendo. Não podemos aceitar injustiças."
Afirmou.
Desde o momento que ficamos sabendo de sua morte, covardemente assassinado, às 15:00h – mesmo horário da crucificação de Jesus Cristo – dia 31/03/2015, temos comungado muita dor. Somos muitos o que sentimos sua partida. Mas experimentamos uma esperança. Carregamos em nós a certeza da semente que cai em terra fecunda, que germina, nasce e produz frutos.
Desde o momento que ficamos sabendo de sua morte, covardemente assassinado, às 15:00h – mesmo horário da crucificação de Jesus Cristo – dia 31/03/2015, temos comungado muita dor. Somos muitos o que sentimos sua partida. Mas experimentamos uma esperança. Carregamos em nós a certeza da semente que cai em terra fecunda, que germina, nasce e produz frutos.
Pelo sangue de Manoel
Bahia que escorreu pela terra da Izidora, em Belo Horizonte e Santa Luzia, fica
decretado que as famílias que vivem nas ocupações de Minas Gerais e do Brasil não
podem ser despejadas, não podem ser retiradas daquele chão. O Sangue de Bahia é
a sentença final transitada em julgado. Não cabe nenhuma decisão em contrário.
Cabe o reconhecimento de que aquela terra é sagrada e pertence ao povo que hoje
nela vive e lhe possibilita cumprir a função social.
A família de Manoel Bahia solicitou que ele fosse sepultado, melhor dizendo, semeado, em Paulo Afonso, sua terra natal. Bahia não foi sozinho. Foi com ele uma representação da grande família que ele tem nas terras mineiras, terra amiga, terra dos nossos amores, terra companheira e irmã. Um gesto de extremo amor.
A família de Manoel Bahia solicitou que ele fosse sepultado, melhor dizendo, semeado, em Paulo Afonso, sua terra natal. Bahia não foi sozinho. Foi com ele uma representação da grande família que ele tem nas terras mineiras, terra amiga, terra dos nossos amores, terra companheira e irmã. Um gesto de extremo amor.
Sua despedida na
Comunidade Vitória foi a mais bonita mística da vida misturada com a luta por
solidariedade, partilha e justiça. Quando seu corpo seguiu rumo à Bahia, eu me
lembrei de nossa conversa cheia de saudades no dia que nos conhecemos. Lembrei-me
do Rio São Francisco, do axé daquela gente simples e feliz. Senti, no fundo do
coração, o Rio São Francisco abraçando e acolhendo o Bahia. Bahia volta para a
Bahia, volta para o Rio que também sente saudades... Nós seguiremos firmes na
luta. Bahia, muito mais vivo você vive em nós! Obrigada pelo seu testemunho,
pela sua doação. Honraremos seu nome!
Maria do Rosário
Carneiro.
Belo Horizonte, MG, Brasil, dia 03 de abril de 2015, aniversário do companheiro Bahia, 27 anos. COMPANHEIRO BAIA, SEMPRE PRESENTE, EM NOS, NA LUTA!
Belo Horizonte, MG, Brasil, dia 03 de abril de 2015, aniversário do companheiro Bahia, 27 anos. COMPANHEIRO BAIA, SEMPRE PRESENTE, EM NOS, NA LUTA!
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