Barragem de Itaipu, no oeste do Paraná, viola direitos de Povos Indígenas Guarani. 1a Parte - 16/10/2018.
A maior hidrelétrica do mundo em termos de geração de energia, Itaipu, localizada no rio Paraná, entre o Brasil e o Paraguai, com 36 anos de funcionamento, apesar da imensa riqueza gerada nessas três décadas, foi incapaz, até hoje, de saldar a dívida que gerou com a remoção de 47 comunidades indígenas guarani para a formação de uma imensa barragem, lago artificial. A hidrelétrica e barragem de Itaipu tem um nome em língua guarani que significa “pedra que canta”, e foi construída em pleno território indígena, em lugar onde, há séculos, os cronistas e historiadores registram a presença de grupos guarani. Estima-se que quase 100 comunidades guarani – falantes dos dialetos nhandeva (conhecidos como Avá-Guarani) e mbya – sofreram o impacto da instalação da usina, e a imensa maioria delas até hoje não recebeu compensação adequada pelos territórios tradicionais que perderam: mais de 80 mil hectares, só do lado brasileiro, segundo cálculos de estudiosos. E esse fato se agrava ainda mais: além de não terem cumprido com suas obrigações legais pelo alagamento do território indígena, a empresa continua desrespeitando os direitos do Povo Indígena Guarani e, mais que isso, persegue, humilha, ameaça, violenta, negando-lhes, sobretudo, o direito ao território que lhes pertence por legítimo direito. Com sua população significativamente diminuída, os indígenas guarani seguem em resistência na luta por seus direitos, apesar da grande dificuldade de sobrevivência, uma vez que lhes são negados o direito ao trabalho, o acesso às políticas públicas, entre outros direitos fundamentais. Esse vídeo registra a primeira parte do depoimento/denúncia de Júlia Navarro, Assessora Jurídica da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY), llson Soares, Cacique da Aldeia Tekoha Y'Hovy, em Guaíra/PR e de Oscar Benitez, Cacique Ava Guarani , de Itaipulândia/PR, que participaram da reunião da Comissão Nacional de Defesa dos Defensores de Direitos Humanos e enfrentamento à criminalização dos Movimentos Sociais, em Brasília/DF, no dia 16/10/2018 e denunciaram a situação de injustiça, violência e opressão sofridas pelas aldeias do Povo Indígena Guarani, na região oeste do Paraná, praticadas e/ou motivadas por latifundiários do agronegócio da região e por grupos ligados à Itaipu.
*Reportagem em vídeo de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Brasília/DF, 16/10/2018.
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