sábado, 16 de fevereiro de 2019

Crime da VALE e do Estado/Brumadinho/MG: Silêncio, não. Luta, sim, pela ...





Para o crime hediondo da VALE, com autorização do Estado, a partir de Brumadinho/MG, nem um minuto de silêncio, e sim toda uma vida de luta em defesa da vida! 1º/2/2019.

No dia 1º de fevereiro de 2019, frei Gilvander Moreira, da Comissão Pastoral da Terra (CPT), e membros da Equipe Técnica do Programa de Proteção aos Defensores dos Direitos Humanos, estiveram em Brumadinho, MG, e no Distrito do Córrego do Feijão, onde se localizavam as barragens rompidas pela irresponsabilidade da VALE e do Estado, conversaram com famílias de vítimas desse crime tragédia, com sobreviventes, colheram depoimentos de moradores e estiveram também no local que se tornou um verdadeiro cemitério, com muitos corpos sepultados pela lama tóxica, cujas vidas foram espoliadas, massacradas pela ganância e pelo poder do capital. Lá, bem no local desse crime anunciado, encontraram o prefeito de Brumadinho, Avimar Barcelos – o Nenen da Asa – com quem tentaram conversar. O cenário de dor e comoção por tantas vidas ceifadas antes do tempo, fomenta também grande indignação diante da fala incoerente de um prefeito que diz lamentar as mortes, mas defende as mineradoras, responsáveis por essas mortes. Um prefeito que fala nas lições não aprendidas com o crime de Mariana, em 2015, mas concorda com a minério-dependência do município e a defende, supervalorizando o capital, os impostos pagos ao município pelas mineradoras, mesmo que isso signifique perda drástica da qualidade de vida e risco permanente à vida em toda sua biodiversidade. Ver hoje um município antes com grande vocação à agricultura familiar, que convivia de forma harmoniosa com a natureza, com a água límpida do rio Paraopeba a saciar tantas sedes, ser lembrado como local onde ocorreu um dos maiores crimes ambientais da humanidade em número de vítimas, dói fundo na alma e fortalece em nós a certeza de que esse sistema mortífero que é o capitalismo precisa ser freado. O cenário é triste, é de dor, mas os corpos ali sepultados não têm e não terão nenhum minuto de silêncio da nossa parte. Para eles, toda uma vida de luta por direitos, em defesa da vida em toda sua biodiversidade. Esses corpos sepultados na lama e pela lama tóxica do capital e dos capitalistas, são para as pessoas de bem e para todas as forças vivas da sociedade sementes a germinarem, florescerem e frutificarem ressurreição!

*Vídeorreportagem de frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Distrito de Córrego do Feijão, 1º/2/2019.
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