quinta-feira, 21 de março de 2019

Carliusa Kiriri, mulher guerreira: "O nosso lugar é aqui!"(Caldas/MG) - ...





Carliusa do Povo Kiriri, mulher guerreira: “O nosso lugar é aqui!” (Em Caldas, sul de MG.) – Vídeo 6 – 27/1/2019.

Vindas do oeste da Bahia, 16 famílias do Povo Indígena Kiriri ocupam, em retomada, desde outubro de 2016, uma área de 30 hectares, no município de Caldas, sul de Minas Gerais. A área, até então abandonada há mais de uma década, pertence à UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) e, com essa luta pela terra, as famílias buscam, um local permanente onde possam viver com dignidade e preservar sua cultura. Em 2017, os indígenas Kiriri atenderam a uma ordem de despejo e, seguindo orientações da FUNAI (Fundação Nacional do Índio), foram levadas, pelo Governo de Minas Gerais, para um terreno em Patos de Minas. Foram praticamente abandonados lá, à própria sorte, considerando a falta de estrutura do local e a distância da cidade. Com apoio da comunidade do Bairro Rural Rio Verde e de moradores de Caldas, os Kiriri retornaram à terra onde estavam e onde já tinham construído várias casas de barro e pau a pique. Em outubro de 2018, o Povo Kiriri, em Caldas/sul de MG, foi novamente notificado da Liminar de Reintegração de Posse, reivindicada pela UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) e Governo de Minas Gerais. Contudo, graças à luta desse povo e de toda a Rede de Apoio (Comissão Pastoral da Terra (CPT), Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Associação da APA da Pedra Branca, Igreja católica de Caldas, capoeiristas, professores/ras da UEMG, estudantes, advogados populares, Ministério Público Federal (MPF) etc), em reunião realizada em Pouso Alegre, no Ministério Público Federal, a UEMG posicionou-se com acordo de cessão das terras aos Kiriri. A aldeia conta atualmente, com 14 casas de taipa, criação de galinhas, porcos, hortas e lavouras agroecológicas, sem uso de venenos e há um projeto de extensão da UEMG para a comunidade. Há um clamor por justiça na esperança de que o Governo de Minas Gerais e o Poder Judiciário decidam pelo acolhimento do direito da Comunidade Indígena Kiriri de permanecer na terra outrora habitada por seus ancestrais e, portanto, legitimamente sua. O justo e ético é que o Governo de Minas e o Poder Judiciário respeitem os direitos do Povo Indígena Kiriri e tudo o que já foi e está sendo construído no território. Nesse vídeo, o depoimento comovente da Professora Carliusa Kiriri, liderança indígena, esposa do Cacique Adenilson Kiriri, que fala de injustiça, coragem, amizade, solidariedade, resistência... Carliusa fala, sobretudo, de luta pela terra que lhes pertence por direito.

*Videorreportagem de frei Gilvander, da CPT, das CEBs e do CEBI. Edição de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Caldas, sul de MG, 27/1/2019. Vídeo 6.
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