sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Minha Casa Minha Vida: limites e contradições. casas ou apartamentos? C...

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Beatriz Cerqueira (CUT/MG/SINDUTE) apoiando a luta das Ocupações Urbanas...

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Rogério Correia apóia luta das Ocupações Urbanas em Belo Horizonte e den...

domingo, 18 de setembro de 2016

Nota do MLB em apoio à Ocupação Temer Jamais, no Barreiro, Belo Horizonte, MG, madrugada de domingo, dia 18/09/2016.

Nota do MLB em apoio à Ocupação Temer Jamais.

Direto da Ocupação Temer Jamais, Barreiro, Belo Horizonte, MG, Brasil, madrugada de domingo, dia 18/09/2016.


Cerca de 300 famílias que ocupavam pacificamente um terreno na região do Barreiro se juntaram ao Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB) e consolidaram a Ocupação Temer Jamais há mais de três dias.  Elas reivindicam o mesmo terreno que há quatro anos abrigou as famílias da Ocupação Eliana Silva 1 ao lado da Avenida Perimetral, no Barreiro, em Belo Horizonte, ao lado das Ocupações Camilo Torres, Irmã Dorothy e Paulo Freire – próximo à Ocupação-comunidade Eliana Silva e Nelson Mandela -, e que depois de um despejo forçado, violento e repressor permaneceu desocupado, abandonado, sem cumprir sua função social!!! O caveirão, os 400 policiais, a brutalidade contra nossas mulheres e crianças, tudo para assegurar a especulação e manter o lugar vazio e ocioso!!! Hoje a história não pode se repetir. A Polícia Militar já se encontra cercando a área, e por isso a ocupação precisa de apoio e reforços!!!
As famílias da Ocupação Temer Jamais estão de novo reivindicando que esse terreno cumpra sua função social! Elas buscam resolver o problema do déficit habitacional por conta própria, já que o único programa do Governo Federal disponível, o  Minha Casa Minha Vida,  já não parece uma alternativa possível desde que o governo ilegítimo do Golpista Temer suspendeu grande parte dos financiamentos.
Agrava essa injustiça a grande quantidade de domicílios vagos e/ou ociosos na cidade! Enquanto 130 mil famílias se encontram sem casa Belo Horizonte e na Região Metropolitana de BH (RMBH), mais de 140 mil imóveis permanecem vazios e ociosos!! As ocupações são uma resposta para essa desigualdade. Nossa luta é para fazer valer os direitos à moradia digna, o direito de acesso à terra e o combate à gestão empresarial da nossa cidade!
A Ocupação Temer Jamais relembra que a atual gestão municipal de BH não dialoga com as ocupações urbanas desde 2012, evidenciando sua indisposição em cumprir o Estatuto da Cidade. Mas passados quatro anos do despejo mais violento presenciado em Belo Horizonte, estamos fortes e dispostos a resistir!
Onde antes existia vazio agora existe esperança.
Onde antes existia um vazio existem centenas de famílias com um sonho: se libertar da pesadíssima cruz do aluguel e conquistar um direito sagrado e constitucional: moradia própria, digna e adequada!
Morar dignamente é um direito humano!
Reforma urbana popular já!

Contatos para maiores informações: 
  (31) 99133-0983 (tim)                   (31) 99306-9593 (tim)
(31) 99100-5900 (tim)          (31) 98686-7890 (oi)
(31) 99323-4483 (tim)                   (31) 99320-4024 (tim)

Nota o MLB, da Coordenação da Ocupação Temer jamais, com apoio da CPT. Belo Horizonte, MG, Brasil, domingo, madrugada do dia 18/09/2016.

domingo, 11 de setembro de 2016

Ocupação Esperança, em BH, além de casa, trouxe saúde para os idosos e p...

TRABALHADORA QUE CUIDOU
DA LIMPEZA DO TJMG DURANTE 16 ANOS SÓ CONQUISTOU MORADIA PARA SUA FAMÍLIA E
PARA SEUS FILHOS NAS OCUPAÇÕES DA IZIDORA.
Dona Ivani trabalhou 16
anos como ajudante de limpeza no TJMG e só conseguiu libertação da cruz do
aluguel para sua família e para quatro filhos com suas famílias, na ocupação
Esperança, uma das três Ocupações-comunidades da Izidora, em Belo Horizonte e
Santa Luzia, MG.
Dona Ivani Fernandes dos
Santos, 60 anos, mãe de 8 filhos, com 22 netos e 2 bisnetos, trabalhou como
ajudante de limpeza na sede do TJMG, à rua Goiás, em Belo Horizonte, MG,
durante 16 anos. Diz ela: “Durante 16 anos, eu chegava de madrugada e
trabalhava o dia inteiro limpando os corredores, os gabinetes e os banheiros de
vários desembargadores da sede do TJMG lá na rua Goiás no centro de BH. Adoeci
e passei a tomar 20 comprimidos por dia. Só adquiri saúde na Ocupação Esperança
após me libertar da cruz do aluguel e ver quatro filhos meus com suas famílias
também livres da cruz do aluguel. Hoje tenho saúde, vivo feliz e em paz, porque
meus filhos estão conquistando moradia aqui na Ocupação Esperança. Espero que
os desembargadores não autorizem nosso despejo. Será a morte de muita gente.”
Isso, dona Ivani me falou ontem, dia 10/09/2016, à noite em uma festinha de
aniversário de um neto lá na Ocupação-comunidade Esperança, hoje com 1.500
famílias (mais de 1.400 casas de alvenaria). Assista ao que eu, frei Gilvander,
gravei com dona Ivani dia 25/08/2014, há 2 anos atrás, no link, abaixo.





quarta-feira, 17 de agosto de 2016

CEBs e CPT contra mineração no Norte de MG. Alvimar da CPT: "Não querem...

CEBs e CPT contra mineração no Norte de MG. Alvimar da CPT: "Não querem...

Filme “Na missão, com Kadu”: do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a luta do povo das Ocupações da Izidora torna-se mais viva na memória da vida de Kadu.

Filme “Na missão, com Kadu”: do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, a luta do povo das Ocupações da Izidora torna-se mais viva na memória da vida de Kadu.


Um clamor ensurdecedor por moradia, por direitos sociais, por respeito dignidade humana e contra a repressão policial e contra o conluio dos governos com o capital.

Dia 12 de agosto de 2016, à noite, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, MG, na sala Humberto Mauro, superlotada, aconteceu a exibição do Filme-documentário “Na missão, com Kadu”, dos cineastas Aiano Mineiro e Pedro Maia de Brito.  Muita gente chorou durante a exibição. Ao final, houve uma roda de conversa sobre o Filme “Na missão, com Kadu” e os outros três curtas apresentados. “Na missão, com Kadu” foi gravado com o próprio Kadu (Ricardo Freitas) quatro meses antes de ele ser assassinado dia 22/11/2015 em uma emboscada na entrada da Ocupação-comunidade Vitória, uma das três ocupações da Izidora, em Belo Horizonte e Santa Luzia, MG.
O filme foi construído a partir das gravações que Kadu fez durante repressão da polícia Militar do estado de Minas Gerais[1] a uma manifestação com mais de 2 mil pessoas que pacificamente marchavam na Linha Verde (MG-010) rumo à Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas, em Belo Horizonte, MG, na manhã do dia 19 de junho de 2016.
O filme mostra, sem ficção, realidade nua e crua da repressão perpetrada:  durante mais de 30 minutos, a tropa de choque e helicóptero da PM/MG jogaram bombas de gás lacrimogêneo no povo e atiraram sem piedade. Mais de 90 pessoas foram feridas por tiros de balas de borracha e mais de 40 foram presos, após serem feridos covardemente. Várias pessoas idosas e crianças quase morreram sufocadas por gás lacrimogêneo no pânico disseminado pela repressão policial. Uma das muitas bombas jogadas do helicóptero da PM/MG caiu no colo de Alice, uma criança de 8 meses, que estava no carrinho de bebê. Sua mãe puxou a criança do carrinho e a bomba estourou no chão ao cair do colo de Alice. A frauda da criança ficou queimada pela bomba. A mãe saiu desesperada com a criança sufocada pelo gás. Por um trisco a PM de MG não assassinou ali na hora Alice, uma criança de 8 meses, filha de Gleiciane, da Ocupação Esperança.[2]
No teatro superlotado todos foram unânimes ao dizer que os 25 desembargadores do TJMG, da Corte Superior, devem assistir ao filme “Na missão, com Kadu”, antes de julgarem o Mandado de Segurança. Todas as autoridades e toda a sociedade também devem assistir ao filme. Infelizmente, a PM de MG continua truculenta inclusive diante das legítimas reivindicações por direitos sociais como o direito a moradia digna e adequada.
O filme questiona com veemência a postura cruel da PM de MG e o governador Fernando Pimentel, do PT, que autorizou ou deixou uma repressão absurda ocorrer. Recordamos que as Ocupações da Izidora – Rosa Leão, Esperança e Vitória – com cerca de 8 mil famílias já construíram em 3,3 anos de luta cerca de 5 mil casas de alvenaria. Sobre os documentos da Granja Werneck pairam sérios indícios de grilagem de terra, cadeia dominial falsa e escrituras falsas. Além de uma decisão do STJ que proíbe o Estado de Minas fazer a reintegração de posse, há uma Ação Civil Pública absurdamente não julgada há mais de 3 anos.
 Enfim, o filme “Na missão, com Kadu” decreta mais uma vez que tentativa de despejos nas Ocupações da Izidora podem causar um massacre de proporções inimagináveis. O filme é um apelo muito forte para que o TJMG, a prefeitura de Belo Horizonte, Governo de Minas, Granja Werneck S.A e Construtora Direcional de fato aceite um processo de negociação justa, idônea se superar de forma justa e pacífica esse que é um dos maiores conflitos fundiários e sociais do Brasil.
O filme “Na missão, com Kadu” recebeu o prêmio do júri de Melhor Filme da Competitiva Nacional e também o prêmio do público como o Melhor Filme pelo Júri Popular.
Assinam essa Nota Pública,
Comissão Pastoral da Terra (CPT),
Brigadas Populares
Movimento de luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Coletivo Margarida Alves de Assessoria Popular
Coordenações das Ocupações-comunidades Vitória, Esperança e Rosa Leão.
Belo Horizonte, MG, Brasil, 17 de agosto de 2016





[2] Cf. no link, a seguir, relato da mãe de Alice e da irmãzinha dela: PM joga bomba em crianças e quase mata uma criança: https://www.youtube.com/watch?v=VYUPMom2c1U

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Dom Aloísio Vitral/19a Romaria das águas e da terra/MG: "Somos terra, so...

CPT acolhe todos: 19a Romaria das águas e da terra de MG em Ladainha, Di...

Na 19a Romaria das águas e da terra de MG, em Ladainha, Vale do Mucuri, ...

Questão habitacional em Belo Horizonte, injustiça urbana crescente. E luta crescente também. (Debate na TV Assembleia, em 22/07/2016).

Questão habitacional em Belo Horizonte, injustiça urbana crescente. E luta crescente também. (Debate na TV Assembleia, em 22/07/2016).

A luta de mais de 25.000 famílias das ocupações de Belo Horizonte, MG, construiu 5 vezes mais moradias do que a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). A PBH mais destrói moradias do que constrói. Essa luta é legítima e constitucional, é por dignidade e liberdade. Segundo o IPEA, de 2007 a 2012, o déficit habitacional em Belo Horizonte cresceu em 123.000 moradias.
Confira no link, abaixo, o 1º bloco do debate sobre a reforma urbana na TV Assembleia, dia 22/07/2016, por frei Gilvander Luís Moreira (CPT), Luiz Fernando Vasconcelos (das Brigadas Populares e Coletivo Margarida Alves), Silke Kapp (profa. Dra. da UFMG) e Alessandro (presidente da COHAB do Governo de MG. Se gostar, compartilhe e divulgue para reforçar a luta por moradia própria, digna e adequada, caminho necessário para Reforma Urbana.
(Primeiro bloco do debate)

(Segundo bloco do debate)

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Defensoria/Aylton denuncia Prefeitura Belo Horizonte: tropa de choque/de...

THAIS/COLETIVO MARGARIDA ALVES DENUNCIA ILEGALIDADES EM DESPEJOS DAS OCU...

LUCIANO/OCUPAÇÃO JARDIM FILADELFIA, em BH: denúncia de despejo na ALMG. ...

JULIANO/OCUPAÇÃO MARIA VITÓRIA denuncia na ALMG despejo de 160 famílias ...

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terça-feira, 21 de junho de 2016

terça-feira, 14 de junho de 2016

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Aviso prévio para o Programa Minha Casa Minha Vida: aumento de 237,5% significa R$380.000.000,00 para o caixa da União à custa da retirada do pão e do leite das crianças.

Aviso prévio para o Programa Minha Casa Minha Vida: aumento de 237,5% significa R$380.000.000,00 para o caixa da União à custa da retirada do pão e do leite das crianças.
Por frei Gilvander Moreira[1]

Notícia grave do dia 13/05/2016 do vice-presidente Temer no exercício interino da Presidência: “Prestações do ‘Minha casa, Minha vida’ subirão até 237% em julho”, no link, abaixo:

Diz a notícia, que é parcial – temos que ler nas entrelinhas -, pois é do oligopólio midiático da gLobo: “As prestações das moradias financiadas pelo “Minha casa, minha vida” ficarão até 237,5% mais caras, em julho, para os beneficiários da faixa 1, a mais baixa do programa, para famílias com renda bruta (renda familiar) de até R$ 1.800 por mês. O percentual refere-se ao valor máximo, que passará de R$ 80 para R$ 270 por mês, válidos para quem tem rendimento de R$ 1.200,01 a R$ 1.800. Já o valor mínimo, para famílias com renda até R$ 800, subirá 220%: de R$ 25 para R$ 80.”
Alegou o ilegítimo (des)governo Temer – porque Dilma não cometeu crime de responsabilidade, logo o afastamento dela é golpe - que o reajuste se deve à “atualização dos custos da construção” e que a taxa de inadimplência está em 23%. E prometeu construir 2 milhões de moradias até 2018. Isso é o dito, mas o real é que retirarão todo e qualquer subsídio do Estado para moradia popular. Ou seja, os valores a serem pagos pelas famílias pobres serão os valores de mercado. Na prática, transforma quem eventualmente for contemplado em futuras moradias do MCMV em inquilino que deve pagar o valor de um aluguel: R$270,00 + 130,00 de condomínio = R$400,00. Isso para uma família que tem renda familiar de até R$1.800,00 é impagável. Para pagar terá que retirar o pão e o leite da boca das crianças. Nas cidades do interior, a regra é as domésticas e juventude trabalharem por 200,00 ou 300,00 por mês. Logo, a mensalidade de 270,00 será impagável. E, milhões de famílias da Faixa 1 sobrevivem com bolsa família e cestas básicas doadas pelos vicentinos ou por pessoas solidárias.
Prometem construir 2 milhões de moradia. Se fosse manter o valor de R$80,00 (valor no Governo Dilma), sobre 2 milhões de moradias, o governo receberia R$160.000.000,00. Mas com prestações em valor de aluguel, sobre 2 milhões de moradias, o governo receberá R$540.000.000,00. Portanto, o (des)governo Temer receberá nos cofres da União R$380.000.000 líquidos, a diferença a mais que receberá. Isso é o sistema do capital. É política econômica que crucifica milhões de famílias empobrecidas retirando o pão e o leite da boca das crianças empobrecidas e logicamente jogando-as na marginalização para serem assassinadas ainda enquanto crianças ou adolescentes. E pior, se não forem barrados, arrumarão um jeito de aumentar em 237% os valores das 3,6 milhões de moradias do MCMV já entregues desde 2009.
Se fosse 2 milhões de moradias, com mensalidade de R$25,00, valor para famílias com renda familiar de até R$800,00, o governo receberia R$50.000.000,00. Mas aumentando em 220%, com mensalidade de R$80,00, sobre 2 milhões de moradias, o governo receberá R$160.000.000,00. Ou seja, R$110.000.000,00 no caixa da União. Isso é opção pelo mercado, pelo capital. Opção pelos ricos. É crucificar e assassinar a conta gota diretamente 2 milhões de famílias e, pior, sepultar a esperança de milhões de famílias que sabem que sem apoio do Estado não consegue jamais comprar moradia e se libertar da cruz do aluguel ou da humilhação que é sobreviver de favor ou nas ruas.
Enfim, com as características, acima, o Programa MCMV 3, se for implementado, será um programa de financiamento e não de subsídio. Estão cortando todos os subsídios e tratando a moradia como mercadoria e não como direito, o que significará a exclusão de milhares de famílias. Se antes excluía as famílias sem renda, com Temer excluirá as famílias de baixa renda. O Programa MCMV, com os aumentos acima, engordará os bolsos de empresários, pois está organizado segundo lógica da moradia como mercadoria. Controlar a especulação imobiliária e fazer reformas urbana e agrária continua sendo um desafio necessário a ser enfrentado pelo povo organizado.
Com a falta de reforma urbana e reforma agrária, a partir dos sem-terra e sem-teto, o povo não terá outra opção a não ser ocupar, resistir, produzir e construir.
Belo Horizonte, MG, 16/05/2016.








[1] Assessor da Comissão Pastoral da Terra (CPT); www.freigilvander.blogspot.com.brwww.gilvander.org.br , email: gilvanderufmg@gmail.com , face: Gilvander Moreira.

Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte, MG: bairro consolidado com 1.500 famílias em casas de alvenaria. Despejo nem pensar! BH, 15/05/2016.

Ocupação Rosa Leão, em Belo Horizonte,  MG: bairro consolidado com 1.500 famílias em casas de alvenaria. Despejo nem pensar! BH, 15/05/2016.


quinta-feira, 28 de abril de 2016

Marcha das Ocupações da Izidora: contra golpes e despejo, por negociação...

Mais de 30 vias bloqueadas em todo o país contra o golpe de Estado! O povo está em marcha por uma solução para a crise que efetive direitos, pela soberania brasileira e por democracia radical!

Mais de 30 vias bloqueadas em todo o país contra o golpe de Estado! O povo está em marcha por uma solução para a crise que efetive direitos, pela soberania brasileira e por democracia radical!
Nota Pública, BH, 28/04/2016.

     Hoje, quinta-feira (28/04/2016), é dia de DEFENDER O BRASIL! As Brigadas Populares, o Movimento de Luta nos Bairros Vilas e Favelas (MLB), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Intersindical - Central da Classe Trabalhadora -, o Coletivo Roza Zumbi, dentre outros movimentos congregados na Frente Povo Sem Medo, estão bloqueando mais de 30 rodovias em todo o país.
     Em Minas Gerais, acontecem bloqueios em Belo Horizonte, no Vale do Aço e no Vale do Jequitinhonha. Na capital, as ocupações urbanas Dandara, Maria Guerreira, Maria Vitória, Guarani Kaiowá, Novo Horizonte e os estudantes da UFMG realizam o trancamento da Avenida Antônio Carlos. Nesse Ato participa também a União da Juventude Rebelião (UJR).
     Acontece, também, mais uma Marcha das Ocupações da Izidora até a Cidade Administrativa, sede do Governo de Minas Gerais, ao lado da Linha Verde (MG-010). Representação das Ocupações Eliana Silva, Camilo Torres e Paulo Freire, do Barreiro, e Ocupação Tina Martins também participam da Marcha rumo à Cidade Administrativa. Em sintonia com a Marcha do MST e da Frente Brasil Popular – 2.500 marchantes de Ouro Preto a Belo Horizonte, MG, durante 6 dias – nós, povo das ocupações, marchamos.
     Os trancamentos e a marcha são contra o GOLPE EM CURSO NO BRASIL. A classe dominante (TV GLOBO, FIESP, PSDB, PMDB, grandes empresários e grandes latifundiários) agride frontalmente o povo brasileiro. O Golpe é contra a democracia, contra os direitos sociais e trabalhistas conquistados na longa história de luta do povo brasileiro. A  abertura do processo de impedimento da Presidenta Dilma não é apenas a remoção de um governo eleito, é o golpe de Estado planejado pelas multinacionais do petróleo e executado por um bando de mafiosos que tomaram conta do Poder Legislativo Nacional, liderados por Eduardo Cunha (PMDB-RJ). 
     É odioso o fato de Eduardo Cunha ainda não ter sido cassado como deputado e ainda não estar nas barras dos tribunais, respondendo pelos vários crimes que cometeu. Os 367 deputados que votaram SIM ao processo de impeachment, usurpadores da soberania popular que elegeu Dilma Rousseff, golpeiam os mais de 54 milhões eleitores que por ela escolheram. É uma ilusão acreditar que um governo, nascido de um golpe, poderá governar o país. Não poderá. A crise apenas se agravará, uma vez que a agenda política dos golpistas é um atraso e não enfrenta os problemas centrais de nossa economia. O risco é de que aumentem os despejos, os cortes nas políticas sociais, a perseguição aos movimentos sociais e o arquivamento das denúncias de corrupção. Esse “engavetamento” das denúncias objetiva defender os interesses dos políticos envolvidos no golpe e citados nas investigações da operação Lava Jato, especialmente os do PMDB de Temer e Cunha e os do PSDB de Serra e Aécio, todos citados na Lava Jato.
     Por isso lutamos! Para impedirmos o Impeachment/golpe de Dilma. Não porque defendemos o PT e a presidenta, mas porque Temer na Presidência e Eduardo Cunha como vice será uma desgraça para a classe trabalhadora, para o povo. Marchamos em sintonia com todas as lutas contra o golpe que estão em curso.
     Registra-se que está em andamento no Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) um Mandado de Segurança que busca impedir a realização do despejo das Ocupações da Izidora (Ocupações Rosa Leão, Esperança e Vitória) sem a garantia de direitos básicos dos moradores. Há mais de 3 anos, já com cerca de 5.000 casas de alvenaria construídas, as milhares de famílias da Izidora não aceitam despejo. O Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que não pode haver despejo sem alternativa digna prévia. Dia 19 de abril de 2016, o desembargador Caetano Levi, do TJMG, intimou o Governo do Estado de Minas Gerais para se manifestar no processo dentro de 10 dias a comprovar que tem condições para realizar o despejo. Em breve, esse processo deverá ser julgado pela Corte Superior do TJMG.
Estamos lutando para pressionar o Governo de MG a reabrir a Mesa de Negociação com as ocupações da Izidora. Dia 24/11/2015, entregamos ao Governo de MG uma Proposta de negociação baseada em Sete Pontos, mas até hoje não obtivemos resposta. Antes, recebemos muitos nãos.
Lutamos também contra o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, que lançou um Projeto de Lei (PL 1829-2016) para ser aprovado na Câmara de Vereadores de BH, que coloca ao poder público a responsabilidade de reprimir imediatamente as novas ocupações urbanas, não precisando nem mesmo de autorização do poder judiciário, o que é um problema grave para o nosso povo. Protestamos também contra o Projeto de Lei que visa acabar com os cobradores nos ônibus, o que gerará 6.000 desempregados.
Lutamos, enfim, exigindo do Estado e dos seus executivos reforma urbana e democracia radical. A esperança e a resistência democrática vencerão o medo. A CASA GRANDE NÃO GOVERNARÁ ESTE PAÍS NOVAMENTE! AGORA É HORA DE BOTAR FOGO EM TODOS OS ENGENHOS. #‎ChegaDeGolpes contra o Povo Brasileiro!
Belo Horizonte, MG, Brasil, 28 de abril de 2016

Assinam essa Nota pública,
Coordenações das Ocupações da Izidora (Rosa Leão, Esperança e Vitória),
Brigadas Populares,
Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas (MLB)
Comissão Pastoral da Terra (CPT).

Contatos para maiores informações:
Isabella, cel.: (31) 99383 2733; Poliana (cel. 31 99523 0701); Charlene, cel.: 31 985344911; Monah cel. 31 99320 4024); Leonardo, cel.: (31) 991330983, Rafael Bittencourt, cel.: 31 988120110 ); Edna, cel.: 31 9946 2317; Elielma, cel.: 31 9343 9696, Eliene, cel. 31 98636 5712; Luiz, cel.: (31) 992271606.



sexta-feira, 18 de março de 2016

Rede GLOBO e FIESP querem justiça social? Por frei Gilvander Moreira.

Rede GLOBO e FIESP querem justiça social?
Frei Gilvander Moreira[1]

Na Bíblia, há inúmeras passagens que alertam o povo contra os ataques dos falsos profetas, dos lobos vestidos de cordeiros, dos falsos sacerdotes, dos latifundiários (saduceus) e imperialistas (reis, Herodes etc). “Cuidado com o fermento dos fariseus, dos saduceus e de Herodes (Marcos 8,15; Mateus 16,6)” e “se a vossa justiça não superar a justiça dos fariseus, não entrareis no reino dos céus (Mateus 5,20),” enfatizam os evangelhos.
“Diga com quem tu andas e o que fazes que direi quem tu és”, diz um ditado popular. Quem está liderando e insuflando a gritaria pró-impeachment da presidenta Dilma e exigindo a prisão do ex-presidente Lula é a Rede gLOBO, a FIESP, o PSDB, o DEM e vários outros integrantes da classe dominante. Representante gigante do poder midiático, a rede gLOBO cresceu apoiando – e sendo beneficiada pela - a ditadura militar-civil-empresarial de 1964 e está envolvida até o pescoço numa mega-evasão de divisas no SUIÇALÃO e de evasão fiscal no próprio país (estimado em mais de 600 milhões), sem contar as falcatruas envolvendo a CBF e a FIFA. Líder do mega poder econômico no Brasil, a FIESP é a Federação das Indústrias de São Paulo. Há 516 anos, no Brasil reina a exploração da classe trabalhadora pela classe dominante de plantão em ciclos sucessivos: pau brasil, açúcar, café, ouro, monoculturas do eucalipto, da soja, do capim, do agronegócio, enfim. “Importa produz produtos primários para exportar”, praticam a classe no poder. Somente nos últimos 14 anos, integrantes da classe trabalhadora conquistaram vários direitos sociais. O PSDB e DEM querem retornar ao poder junto com o PMDB, que está no poder há 30 anos.
A corrupção é a febre de uma doença em crise aguda, que é o capitalismo e o sistema do capital, que tem como regra violentar a dignidade humana e ecológica de forma ampliada e sem limites. Quem dissemina a corrupção e a imoralidade no tecido social é a TV gLOBO com Big Brother, novelas imorais e alardeamento de violência e economicismo. A classe dominante furta (dizer ‘lucro’ é eufemismo) e esfola a classe trabalhadora de forma impiedosa há 516 anos. Os banqueiros nunca furtaram tanto como nos últimos 14 anos. A corrupção corresponde a 10% do roubo, mas 90% do roubo é feito pelo sistema do capital. Por que os badaladores do golpe não questionam o lucro excessivo das grandes empresas?
O PT errou sim e muito, traindo seus princípios originários, mas ser justicializado em “justiça de fariseus e de saduceus” não é aceitável. Até 2002, toda a corrupção era empurrada para debaixo do tapete pelos governantes com a cumplicidade da classe dominante. Foi com Lula e Dilma que o Ministério Público e a Polícia Federal ganharam autonomia para investigar. Foi Dilma que sancionou a lei das delações, o que está viabilizando investigar e punir corruptos e corruptores. Mas por que não se investiga e condena todos os corruptos e corruptores? Por que investigação seletiva, só à esquerda? Por que não investiga o Aécio Neves, o PSDB em São Paulo, o Michel Temer, o Cunha, o Renan Calheiros e tantos outros? Por que não se faz uma Auditoria cidadã das dívidas pública e externa? Duas pedras e duas medidas não é justiça ética.
O juiz Sérgio Moro está sendo parcial, tendencioso, inconstitucional e cometeu várias ilegalidades chegando ao cúmulo de grampear telefones da Presidência da República, cuja competência é do STF, pois a Presidenta tem foro privilegiado. E se ele tiver gravado falas sobre assuntos de segurança nacional? Fazer espetáculo midiático mandando conduzir coercitivamente Lula para depor é se revelar testa de ferro da TV gLOBO e da FIESP. Sérgio Moro está sendo construído pela rede gLOBO, PSDB e FISP para ser Collor 2. Collor, em 1991, abriu as portas do Brasil para o neoliberalismo e para as multinacionais, processo continuado por Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, com a privatização de mais de 170 empresas estatais, entre as quais a Vale do Rio Doce, hoje rio azedado pela Vale/Samarco/BHP, que vem cometendo desde o dia 05 de novembro de 2015 o maior crime humanitário-socioambiental da história da humanidade.
A classe trabalhadora está indignada com a crise econômica, com a falta de reforma agrária, de reforma urbana, com a perda de direitos trabalhistas, sociais e ecológicos. Está também irada com o PT, com o PSDB e com toda a classe política, com raras exceções, mas não aceitamos o golpe do capital, midiático e com roupagem jurídica que está sendo insuflado. A Constituição e a democracia precisam prevalecer. A vontade da maioria que elegeu nas urnas Dilma para presidenta precisa ser respeitada, pois Dilma não cometeu crime de responsabilidade.
O grave atual momento histórico ensina que os movimentos sociais e populares, o povo trabalhador organizado deste país que sempre esteve em marcha, nas ruas e na luta, precisa com lutas coletivas intervir muito mais no judiciário, no legislativo, no executivo, na opinião pública e em todas as formas de poderes deste país, sobretudo no combate a Rede gLOBO e toda mídia que está a serviço do capital. É urgente regatarmos a ética e a justiça social nas instituições e nas relações humanas e ecológicas.
Enfim, temos que ser contra o golpe do capital, golpe midiático, do poder econômico e de enclaves capitalistas no judiciário. Alegam combate à corrupção, mas não querem apenas o extermínio de Dilma, de Lula e do PT, desejam ardentemente reforçar a Casa Grande e empurrar a classe trabalhadora (90% da população) para as novas senzalas. Rede gLOBO e FIESP são lobos em pele de cordeiro. Feliz quem não acreditar na manipulação e na incitação à violência que rede gLOBO, PSDB,  FIESP e seus adeptos estão fazendo.
Belo Horizonte, MG, 18 de março de 2016.




[1] Assessor da CPT, de CEBs, do CEBI e do SAB; doutorando em Educação pela FAE/UFMG. Email: gilvanderufmg@gmail.comwww.freigilvander.blogspot.com.br